A estimulação cognitiva na demência
A demência é a diminuição lenta e progressiva da funcionalidade, com comprometimento da memória, do pensamento (capacidade intelectual), do raciocínio e das competências sociais do indivíduo. Ocorre principalmente em pessoas acima de 65 anos, mas pode afetar também pessoas mais jovens.
Existem vários tipos de demência, mas o mais comum é a doença de Alzheimer, que representa cerca de 60 a 70% os casos, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Os principais sintomas são:
1- Perda de memória: esquece o que fez e/ou o que já aconteceu;
2- Dificuldades de executar tarefas domésticas: tarefas como cozinhar ou limpar a casa já não são feitas da mesma forma;
3- Problemas com o vocabulário: esquece algumas palavras ou de como explicar uma situação;
4- Desorientação no tempo e no espaço: não sabe qual é o período do dia (manhã, tarde, noite). Exemplo: dorme durante o dia e não dorme à noite, não sabe em qual parte da casa está;
5- Incapacidade de julgar situações: não consegue resolver um problema;
6- Problemas com o raciocínio abstrato: não consegue imaginar algum fato que não estava presente, por exemplo;
7- Colocar objetos em lugares equivocados: coloca os objetos em lugares errados, como por exemplo guardar copo dentro da geladeira;
8- Alterações de humor e comportamento: muda-se o humor várias vezes ao dia e/ou por poucas coisas;
9- Perda da iniciativa – passividade: não tem vontade de fazer alguma coisa ou começar a fazê-la.
Porém esteja atento, nem toda perda de memória ou apresentar os sintomas citados acima significa estar com demência. Existem causas potencialmente reversíveis que podem estar causando tudo isso, como medicamentos, uso excessivo de álcool, neurosífilis, HIV, deficiência de algumas vitaminas, hipotireoidismo, disfunção Renal e/ou Hepática, hidrocefalia de Pressão Normal, neoplasia do Sistema Nervoso Central, apneia do Sono, depressão e ansiedade.
As demências apesar de não terem cura, podem ser prevenidas.
E o padrão ouro para a prevenção e tratamento é a Estimulação Cognitiva.
O termo “estimulação cognitiva” foi introduzido pelo neuropsicólogo canadense Donald Hebb em seu livro “The Organization of Behavior” de 1949. Hebb propôs que a estimulação cognitiva é um conjunto de atividades e exercícios projetados para manter ou melhorar as funções cognitivas. Ela atua diretamente nos mecanismos ligados à plasticidade cerebral (processo adaptativo do cérebro).
E existem diversas formas de estimulação que podem ser praticadas para manter e melhorar as funções cognitivas, como quebra-cabeças e jogos (desafios que exercitam o raciocínio e a resolução de problemas), leitura (com uma variedade de assuntos pode melhorar o vocabulário, a compreensão textual e a capacidade de concentração), aprendizado de novas habilidades (como tocar um instrumento musical, pintar, cozinhar novas receitas, praticar uma nova língua, desafia o cérebro e promove o desenvolvimento de novas conexões neurais), atividades sociais, exercícios de memória (lembrar listas de palavras, nomes, datas importantes, entre outros), terapia cognitivo-comportamental, exercícios físicos, alimentação saudável e sono adequado.
Essas atividades podem ser adaptadas de acordo com as preferências pessoais e as necessidades individuais. O importante é manter um estilo de vida que promova a saúde cognitiva e mental ao longo do tempo.